domingo, 1 de março de 2009

Pintura automotiva - Manual de sobrevivência para restauradores (parte 01)

O resultado final do processo do trabalho da repintura automotiva depende, em primeiro lugar, de uma perfeita preparação de superfície.

Por que é importante preparar a superfície.
Muitos dos produtos que são utilizados durante a preparação de superfície são promotores de aderência e possuem propriedades anticorrosivas. Para que os produtos que serão utilizados depois da preparação, como as tintas e os vernizes, tenham boa aderência e não apresentem problemas, é fundamental que o trabalho de preparação da superfície seja bem feito. A aplicação de produtos como o Wash Primer é fundamental para que a chapa receba a proteção contra a corrosão, um problema que deriva originalmente da preparação inadequada ou até mesmo da não-preparação.

Produtos e equipamentos específicos para a preparação da superfície.
Para realizar a preparação de superfície é necessário: Flanelas, Lixas (números 180,320,400,600), Taco de borracha, Pistola de pintura. Produtos: Desengraxante, Thinner, Wash Primer, Primer.

Etapa anterior a preparação
Caso haja necessidade, existe a remoção da tinta através do lixamento ou da aplicação do Removedor Pastoso.

A preparação é feita seguindo alguns procedimentos:
1) O primeiro passo inicia-se assim que o carro chega a oficina, que é a retirada da tinta que possui algum problema, como trincamento, em virtude de ter amassado a lataria, ferrugem, etc.. Essa retirada é feita utilizando-se Removedor Pastoso. Deve ser aplicada uma camada alta do produto com um pincel. Durante a aplicação é necessária a utilização dos Equipamentos de Proteção Individuais (EPI) : mascara, 6culos e luvas. Não é recomendada a aplicação sobre peças quentes ou sob o sol. Em seguida, espera-se que o produto faça com que a tinta fique com o aspecto enrrugado (5 a 10 minutos). Quando se detecta que o produto esta agindo, iniciar a raspagem da tinta. Nota-se o aparecimento das camadas dos produtos que foram utilizados na primeira preparação de superfície. Terminada a raspagem, limpar a peça com Thinner para a retirada de resíduos do produto. (No caso de pequenos retoques a superfície não precisa da utilização do Removedor Pastoso, basta lixar com o auxilio do taco de borracha e lixa d’água 240).

2) Lavar com água e sabão neutro para que a superfície esteja livre de impurezas solúveis em água, tais como: poeira, lama, etc. Este procedimento deve ser feito rapidamente pois a chapa pode oxidar-se; deve se enxaguar em seguida. Secar utilizando-se de ar comprimido, ou soprador térmico.

3) Limpar a superfície com desengraxante para remover toda a oleosidade, graxa, etc.. Secar com uma flanela limpa. 0 desengraxante é um produto muito importante em todas as etapas da repintura de um carro pois ele é responsável pela limpeza da superfície. Caso haja alguma impureza durante a aplicação de algum dos produtos corre-se o risco de ter, no futuro problemas na pintura como oxidação, crateras, etc.

4) Lixar com o auxilio de um taco de borracha e lixa d’água 180 no primeiro desbaste e em seguida lixar com lixa d’água 320 em movimentos circulares.

5) Não deixar as superfícies expostas as intempéries (sol, vento, chuva, etc.), aplicar imediatamente uma demão esfumaçada de Wash Primer, previamente catalisado, com a pistola regulada em 40 a 50 lbs/pol. 0 Wash Primer é um fundo fosfatizante que possui propriedades anticorrosivas e promove a adesão dos demais produtos nos diferentes tipos de substratos. Pode ser utilizado em chapas de aço, galvanizados, alumínio ligas de cobre e correlatos podendo ser aplicado sobre ele qualquer tipo de acabamento.

6) Aplicar Primer Nitro, que após a secagem deve iniciar lixando com lixa d’água 400 e terminar com lixa 600; 0 tempo de secagem é de: Ar: 30 a 40 minutos a 25 C Estufa: 10 minutos a 60 C

7) Se for necessário, aplicar a Massa Rápida, para a correção de pequenas imperfeições que deve ser lixada, após a secagem com lixa d’água 240 ou 280.

8) Aplicação do Controle de Lixamento.

9) Aplicação, se necessária, nos locais onde necessitam a proteção contra batida de pedras, do Autoforce.

Preparação e Durabilidade da Pintura
Como já foi citado anteriormente durabilidade da pintura esta relacionada com preparação de superfície. A preparação correta, utilizando produtos de qualidade, é fundamental para que a pintura tenha uma boa durabilidade. Recomendamos também, além de preparação, a utilização de um sistema de pintura. Utilizar produtos e complementos sempre de um mesmo fabricante. Desde o Wash Primer até o verniz de acabamento é importante que todos os produtos sejam do mesmo fabricante pois eles já foram previamente testados e aprovados em diversas condições (intempéries). É importante também utilizar sempre os catalisadores e thinners para a diluição indicados para os produtos.


DICAS PARA PINTURA AUTOMOTIVA

Pinturas em Plásticos

· Lavar cuidadosamente com água e sabão neutro.

· Desengraxar utilizando Solução Desengraxante.

· Lixar com lixa #600.

· Desengraxar novamente, utilizando Solução Desengraxante.

OBS.: Devido a problema de aderência em pinturas em plásticos, é aconselhado que se utilize Primer para Plásticos antes de iniciar a pintura.

Pinturas em Chapas Metálicas

· Lavar com água e sabão, secar com ar e lixar.

· Limpar com Solução Desengraxante e secar com ar comprimido.

· Aplicar Fundo Fosfatizante

· Caso haja imperfeições, corrigir com Massa Poliéster.

· Limpar novamente com Solução Desengraxante. Aguardar a secagem e aplicar o Primer.

· Aplicar o Controle de Lixamento e lixá-lo até removê-lo por completo. Limpar novamente com Solução Desengraxante, secar com ar comprimido e iniciar aplicação da tinta de acabamento.

OBS.: O procedimento acima descrito refere-se para pintura em chapa metálica NUA. Para chapa metálica PINTADA, utilizar inicialmente o Removedor Pastoso e seguir o procedimento acima descrito.
Evite realizar pinturas em ambientes com poeira.


SOLUCIONANDO PROBLEMAS

Diferença de Tonalidade

Identificação: A repintura apresenta uma tonalidade diferente de pintura original.

Causas: A pintura original de fábrica apresenta algumas variações e ainda sofre alteração na sua coloração, por ação da natureza e/ou por maus tratos. Isto significa que é natural ter que "acertar" a tonalidade da cor na hora da repintura. Mas é importante saber que o modo de como se aplica a tinta também influencia ( e muito) a tonalidade da cor.
Os problemas mais frequentes ocorrem pelos seguinte motivos:

· Uso de tintas com baixa viscosidade (tinta muito fina) ou com alta viscosidade (tinta muito grossa).

· Falta de ajuste da pressão do ar, vazão da tinta, velocidade de aplicação e distância entre a pistola de pulverização e a superfície a ser pintada.

· Número inadequado de demãos aplicadas: mais demãos (tonalidade mais escura), menos demãos (tonalidade mais clara).

Correção: Utilizar a tinta de maneira correta, seguindo rigorosamente as instruções contidas na embalagem. Caso a cor ainda precise de ajuste, o acerto da tonalidade pode ser feito com o acréscimo de pigmentos na tinta.

OBS.: Mexer bem a tinta antes de usá-la é o primeiro passo para evitar problemas de tonalidade. Em seguida, pinte um pedaço da chapa e compare com a cor do carro, antes de aplicar a tinta no veículo.


Rachadura (Trincamento)

Identificação: A pintura apresenta riscos ou cortes profundos.

Causas:

· Repintura feita sobre um base velha, já trincada.

· Aplicação da Laca Acrílica sobre superfície pintada em Esmalte Sintético.

· Aplicação da tinta sobre Primer inadequado.

· Excesso da camada de Primer ou Massa.

Correção: Decapar (raspar) as partes afetadas, preparar a superfície e repintar corretamente, conforme instruções descritas na embalagem do produto.


Marcas de Lixa

Identificação: Risco visíveis sobre uma superfície pintada.

Causas: Lixamento feito com lixa de grana muito grossa

Correção: Aguardar a secagem completa, lixar com lixa de grana mais fina e repintar corretamente conforme instruções descritas na embalagem do produto.


Escorrimento

Identificação: A tinta forma acúmulos em forma de um cordão (macarrão).

Causas:

· Aplicação com pistola de pulverização muito próxima da superfície a ser pintada e com movimentos muito lentos.

· Excesso de tintas com alta viscosidade (muito grossa).

· Uso de Thinner/Solventes inadequados.

Correção: Aguardar a secagem completa, lixar as partes afetadas, preparar a superfície e repintar corretamente, conforme instruções descritas na embalagem do produto.


Pintura Queimada (Calcinação)

Identificação: A pintura fica fosca, sem brilho e com aparência ressecada.

Causas: Basicamente há três fatores que causam a calcinação. Os dois primeiros são agressões externas, como:

· Exposição do veículo ao sol durante muito tempo.

· Lavagem do veículo com shampoo ou sabão muito forte

· Já o terceiro fator pode ser considerado como uma agressão interna, que é o uso de Thinner/Solventes inadequados.

Correção: Polir com Massa de Polir, até eliminar o defeito.


Fervura

Identificação: A pintura fica com aparência áspera, rústica e porosa.

Causas:

· Exposição do veículo pintado ao calor (estufa ou painel de secagem), antes de acontecer a evaporação dos solventes.

· Aplicação de tintas sobre a peça quente.

Correção: Decapar (raspar) as partes afetadas, preparar a superfície e repintar corretamente, conforme as instruções descritas na embalagem do produto.


Bolhas

Identificação: Algumas partes da pintura se enchem de ar formando bolhas.

Causas:

· Exposição do veículo pintado, ao calor (estufa ou painel de sevagem), antes de acontecer a evaporação dos solventes. Isto ocorre principalmente quando da aplicação excessiva Primer ou Massa (camada muito grossa).

· Existência de umidade na superfície a ser pintada.

· Presença de água na magueira ou no compressor.

Correção: Decapar (raspar) as partes afetadas, limpar a superfície e repintar corretamente, conforme as instruções descritas na embalagem do produto.


Manchamento na Cores Metálicas

Identificação: O manchamento da pintura é identificado visualmente, em função de concentração de alumínio em pequenas áreas.

Causas:

· Falta de ajuste da pressão do ar, vazão da tinta (aplicação muito carregada), velocidade e/ou distância inadequadas entre a pistola de pulverização e a superfície a ser pintada.

· Quantidade muito grande de retardador adicionado à tinta (no caso de Laca Acrílica).

· Presença de água na mangueira ou no compressor.

Correção: Decapar (raspar) as partes afetadas, limpar a superfície e repintar corretamente, conforme as instruções descritas na embalagem do produto.


Falta de Aderência

Identificação: A tintas se destaca da superfície pintada, em forma de placas.

Causas:

· Limpeza inadequada da superfície a ser pintada.

· Falta de lixamento da pintura original.

· Uso de Thinner/Solventes inadequados.

Correção: Remover as camadas soltas e repintar conforme instruções descritas na embalagem do produto.


Cratera (Olho de Peixe)

Identificação: A ausência de tintas em pontos onde existem impurezas provoca o surgimento de crateras com aparência de olho de peixe.

Causas:

· Limpeza inadequada da superfície a ser pintada (é necessário lavar o carro com detergente).

· Uso de ceras polidoras que contenham silicone ou substâncias graxas.

· Contaminação das roupas por silicone ou substância graxas.

· Óleo no compressor.

· Cristalização.

Correção: Decapar (raspar) as partes afetadas, preparar a superfície e repintar corretamente, conforme instruções descritas na embalagem do produto.


Casca de Laranja

Identificação: A pintura fica com aparência granulada, semelhante à casca de laranja.

Causas: Este problema é causado por descuido na hora da aplicação. Os fatores que influenciam são:

· Pintura realizada em ambientes muito quente.

· Alta viscosidade da tintas (muito grossa).

· Uso de Thinner/Solventes inadequados.

· Falta de ajuste de pressão do ar, vazão da tinta, velocodade de aplicação e distância entre a pistola de pulverização e a superfície a ser pintada.

Correção:

· Casos Simples: Após a secagem da tinta, polir com Massa de Polir.

· Casos Graves: Após a secagem da tinta, lixar a pintura até obter uma superfície lisa e repintar corretamente conforme instruções descritas na embalagem do produto.


Branqueamento

Identificação: A pintura fica com aparência leitosa e sem brilho, logo após a aplicação

Causas: Este é um problema que pode ocorrer com a Laca Nitrocelulose ou Laca Acrílica. Estas tintas utilizam Thinner/Solventes de evaporação muito rápida, que em ambientes muito úmido pode ocasionar o branqueamento. É por isso que este problema ocorre com mais frequência em dias frios e chuvosos.

Correção:

· Casos Simples: Após a secagem da tinta, polir com Massa de Polir.

· Casos Graves: Após a secagem da tinta, lixar a pintura e aplicar 2 demãos cruzadas do acabamento. Adicionando na tinta, já diluída, 5 a 10% de retardador correspondente ao sistema de pintura utilizado.

Como funcionam as construções sustentáveis

textos: Fernando Bussoloti

Introdução

Construções bioclimáticas, arquitetura sustentável, ecovilas, green buildings, bioconstrução, permacultura, construção ecológica, empreendimentos verdes são temas bastante discutidos hoje, com a preocupação cada vez maior com as questões ambientais. Parecem ter sido inventados há pouco tempo, porém, muito do que permeia tais conceitos vem sendo utilizado pelo ser humano desde os primórdios.

Das primeiras cabanas aos grandes arranha céus, o homem sempre aproveitou o meio a favor de seus ambientes construídos. Hoje, o apelo ecológico é tão forte que, de tanto o homem extorquir a mãe natureza, às vezes nos perguntamos se mesmo trancados em casa, estamos contribuindo para alguma degradação ambiental.

Na verdade, não estamos contribuindo somente em nossas casas, mas em nossos escritórios, hospitais, escolas, cidades, ou seja, em todos os espaços construídos por nós. Mesmo trancado no quarto, o ambiente, a soma de equipamentos, a quantidade de esforço e energia empregados na construção deste, geram ou geraram algum tipo de decréscimo na natureza.

De todas as atividades praticadas pelo ser humano, a construção civil é uma das que mais tem impacto no meio ambiente. No Brasil aproximadamente 40% da extração de recursos naturais têm como destino a indústria da construção. Fora isso, 50% da energia gerada são para abastecer o funcionamento das edificações e 50% dos resíduos sólidos urbanos vêm das construções e de demolições.

Quase toda água que entra em nossas casas, sai sem ser reaproveitada e ainda, levando consigo algum tipo de poluente. Essa água segue o caminho e geralmente acaba indo para os córregos ou rios, isto porque, somente 75% da população brasileira têm coleta de esgoto em casa, e desse número apenas 32% do esgoto recebe tratamento.


Construções ecologicamente corretas são cada vez mais comuns


Felizmente muitas pessoas, entidades, empresas e governos estão se
organizando para evitar que as construções sejam o pilar de um caos ambiental. Seja divulgando pesquisas e informações, promovendo padrões consistentes e educando, seja desenvolvendo produtos, certificando as construções sustentáveis ou agregando valor econômico ao espaço construído, estas organizações têm dado passos importantes.

Algumas das entidades que contribuem para uma melhora na qualidade de vida das pessoas, promovendo a defesa e preservação do meio ambiente, partindo de um princípio da consciência ecológica e responsabilidade social, são:

• IDHEA (Instituto para Desenvolvimento da Habitação Ecológica)
• Fupam (Fundação para a Pesquisa Ambiental)
• Ipema (Instituto de Permacultura e Eco vilas da Mata Atlântica)
• Ipec (Instituto de Permacultura do Cerrado)
• Green Institute
• ATA (Alternative Technology Association)

Em muitos países é possível encontrar conselhos para o desenvolvimento dos conceitos da construção sustentável, que orientam e discutem os padrões a serem seguido em cada lugar. No caso do Brasil, foi criado recentemente, o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável, formado por acadêmicos, pessoas ligadas as áreas social e financeira, construtores e representantes de organizações não-governamentais.

• CBCS (Conselho Brasileiro da Construção Sustentável)
• USGBC (United States Green Building Council)
• CaGBC (Canadá Green Building Council)
• GBCA (Green Building Council Australia)
• Japan Sustainable Building Consortium

A certificação para as construções sustentáveis pode ser obtida por meio de algumas entidades que criaram métodos e sistemas de base que estudam e avaliam o impacto de projeto, construção e operação dos edifícios. As mais comuns são:

• BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method)
• LEED (Leadership in Energy and Environmental Design)

Ambas possuem métodos simplificados, facilmente formatados para serem utilizados pelo mercado e projetistas e vinculam o desempenho em formas de checklists, na qual a somatória de itens cumpridos elevam a categoria na qual o projeto se encontra. A primeira, britânica, é pioneira e serviu de base para as outras certificadoras. A segunda, de origem norte americana, foi desenvolvida pela ONG United States Green Building Council e é a mais popular, já utilizada em alguns projetos brasileiros.

Muito mais que levar em conta a preservação ambiental, as construções sustentáveis prezam pela salubridade dos ambientes, sendo assim o que é sustentável é saudável, protegendo os seus habitantes das enfermidades que o contexto externo pode trazer para dentro das edificações.

É muito comum nos dias de hoje, principalmente nas grandes cidades, encontrar edifícios mal projetados, subutilizados, com uma série de precariedades, abandonadas e ou mal geridas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu e catalogou como Síndrome do Edifício Enfermo (SEE) aquelas construções que se encontram com baixa e ineficiente dispersão de poluentes, alta umidade, má ventilação, descompensação de temperatura, uma péssima ergonomia e ou algum tipo de contaminação biológica ou química.

A SEE é uma das causas para que 20% da população mundial possuem algum tipo de problemas respiratórios, mal estar, irritações alérgicas nasais e ou oculares.

Em 1987, com o relatório Brundtland (O Nosso futuro comum) foi concebido o conceito de desenvolvimento sustentável, abrindo assim espaço para uma nova ramificação na arquitetura, que prega uma interação do homem com o meio, utilizando os elementos e recursos naturais disponíveis, preservando o planeta para as gerações futuras, baseado nas soluções socialmente justas, economicamente viáveis e ecologicamente corretas.

Algumas diretrizes a considerar para uma construção sustentável.

• Pensar em longo prazo o planejamento da obra
• Eficiência energética
• Uso adequado da água e reaproveitamento
• Uso de técnicas passivas das condições e dos recursos naturais
• Uso de materiais e técnicas ambientalmente corretas
• Gestão dos resíduos sólidos. Reciclar, reutilizar e reduzir
• Conforto e qualidade interna dos ambientes
• Permeabilidade do solo
• Integrar transporte de massa e ou alternativos ao contexto do projeto.

Existe muita discussão a cerca dos conceitos da construção sustentável. Primeiro que não é certo afirmar simplesmente que uma obra é ou não sustentável. A caracterização da sustentabilidade de uma construção vem do processo na qual esta foi projetada, executada e na somatória das técnicas usadas em relação ao entorno e lugar. Assim, é possível afirmar comparando com outro projeto que uma construção é mais sustentável que a outra.

Pensar em um edifício isolado não faz sentido quando tratamos de questões ambientais como a sustentabilidade dos espaços construídos pelo homem. Por ser sistêmica, a construção para ser sustentável deve ser elaborada em um contexto, o externo é tão importante quanto o que ocorre nas dependências internas. Por isso, a comparação é a melhor forma de avaliar uma construção sustentável, a obra nunca está sozinha.

Se um edifício cumprir todos os pré-requisitos técnicos, respeitar todas as normas éticas ambientais, apenas usar materiais adequados e mesmo assim se fechar para dentro, não condizendo com as necessidades do entorno, não se relacionando com o lugar na qual está inserida, abstrair as outras construções e pessoas que convivem próximo, não estará sendo sustentável.

Pode parecer complicado mas, não existe nenhuma obrigatoriedade de se cumprir todos os requisitos técnicos para uma construção ser sustentável. Caso contrário, as casas seriam todas iguais. Na verdade, as diretrizes são uma forma de orientar aqueles que pretendem construir de uma forma ambientalmente mais responsável.

Uma obra sustentável leva em conta o processo na qual o projeto é concebido, quem vai usar os ambientes, quanto tempo terá sua vida útil e se, depois desse tempo todo, ela poderá servir para outros propósitos ou não. Tudo o que diz respeito aos materiais empregados nela devem levar em conta a necessidade, o desperdício, a energia gasta no processo até ser implantado na construção e, depois, se esses materiais podem ser reaproveitados.

A auto-suficiência da edificação deve ser levada em consideração. Muitas vezes, alguma parcela da energia pode ser gerada no próprio lugar e a água pode ser reaproveitada, fazendo com que no longo prazo se obtenha uma economia considerável nas contas de luz e água. Geralmente a energia externa produz gases de efeito estufa em algum momento de sua produção. Em um contexto mais amplo, proporcionar a sua própria energia faz com que o edifício colabore com a redução destes gases.

Uma arquitetura sustentável deve, fundamentalmente, levar em conta o espaço na qual será implantada. Os aspectos naturais são de extrema importância para se projetar com estes fins. Se respeitadas, as condições geográficas, meteorológicas, topográficas, aliadas às questões sociais, econômicas e culturais do lugar é que definirão o quão sustentável a construção será.

Assim, algumas soluções aplicadas a uma construção no campo podem não ser sustentáveis em outra na cidade e vice versa. Por exemplo, na primeira hipótese pode se pensar em utilizar materiais do lugar (madeira, pedra, terra etc...), pois pode ficar muito caro optar por peças industrializadas, além dos impactos ambientais diretos e indiretos.

O Brasil com o tamanho continental engloba uma série de panoramas climáticos diferentes. Uma construção sustentável deve respeitar e aproveitar o clima na qual está inserida.

Abaixo algumas características que uma residência pode aproveitar de acordo com clima correspondente.

Obviamente como foi dito antes, os esquemas apresentados são somente algumas das inúmeras possibilidades de como uma casa pode ser. A forma, as técnicas e materiais podem e devem ser combinados da melhor maneira que convier; mais uma vez, uma construção sustentável não tem receita pronta, apenas diretrizes a serem levadas em consideração na hora de projetar.

A permeabilidade do solo deve ser um aspecto significante em um projeto sustentável. Proporcionar espaços livres, vegetados e permeáveis faz com que os ambientes que circundam o edifício sejam mais frescos, criando microclimas que aproximam a vida natural do edifício e dão vazão à água que se acumula no chão deixando os espaços mais salubres.

Pensando no transporte

O modelo de transporte na maioria das cidades está se tornando insustentável. Privilegiar o automóvel como forma prioritária desse sistema pode ter sido uma solução no passado, porém hoje, esta alternativa deve ser revista. As construções sustentáveis devem proporcionar uma integração com o sistema viário que auxilie cada vez, novas formas de chegar e sair dos edifícios. As construções sustentáveis devem ter em seu projeto uma integração que influencie cada vez mais as cidades, tomar como prioridade o uso adequado de transportes de massa e ou alternativos.

Casas Antigas

Dar eficiência energética a uma casa antiga – ou seja, readequá-la – pode exigir de pequenas adaptações a grandes mudanças estruturais. Mas o esforço vale a pena. Ao comprar uma casa, sua escolha influenciará o custo e o nível de complicação de uma futura reforma para deixá-la ecologicamente correta.
O que procurar

Quando você estiver procurando uma casa, repare em sua eficiência energética e avalie os obstáculos a futuras melhorias.

Início promissor

É geralmente mais simples e econômico comprar uma casa menor e mais barata e acrescentar recursos ecológicos do que encontrar uma casa pronta dentro do seu orçamento. Avalie essa opção antes de começar a procurar.
• O posicionamento da casa é adequado ao clima local? Em áreas temperadas, o ideal é ter bastante sol durante o verão. Em regiões quentes, é essencial dispor de sombra e brisa refrescante.
• Quais serão as condições para a entrada do sol e da brisa?
• A casa fica muito exposta ao sol? Uma sala de estar voltada para o oeste pode reter calor em excesso.
• Cozinha, banheiros e áreas de serviço estão próximos? Neste caso, você já começará com um projeto funcional da utilização da água.
• A casa precisa de isolamento? Qual é a viabilidade de instalar ou reformar o isolamento?
• A casa deixa entrar correntes de ar? Existem frestas para serem vedadas?


• Que sistemas de aquecimento e refrigeração a casa possui e qual é a eficiência deles? Qual é a viabilidade de substituí-los?
• Há materiais perigosos na construção? Verifique se foram usados tintas ou canos com chumbo, telhas de amianto e isolamento de fibra de vidro.
• Existe espaço suficiente no jardim ou no quintal? Há um varal ou espaço para um num lugar apropriado?
• O amianto é mais perigoso quando fragmentado, pois as fibras passam a ser transportadas pelo ar. Por isso, evite cortar, lixar ou perfurar placas que contenham amianto.
• Se o material estiver em boa condição, a melhor opção é deixá-lo no lugar e isolá-lo com tinta.
• Se for necessário remover o amianto, recorra a um especialista,que dispõe do equipamento de proteção apropriado. Trata-se de um procedimento recomendado em todo o mundo.